HISTÓRICO DO 5º REGIMENTO DE CAVALARIA MECANIZADO
A Carta Régia de 14 de janeiro de 1775 deu origem da Legião de Tropas Ligeiras como parte do Plano Militar para a Capitania de São Paulo com a finalidade de socorrer o Continente de Rio Grande de São Pedro. O 5º R C Mec é oriundo da Cavalaria dessa Legião que após participar ativamente da Guerra da Restauração retorna em 1779 para a cidade de Santos na Capitania de São Paulo.
O Alvará de 29 de agosto de 1808, reorganiza a Legião, passando a denominar-se “Legião de Tropas Ligeiras”, a qual desloca-se novamente para a Capitania de São Pedro passando a operar junto do Exército Pacificador na campanha para pacificar o Uruguai nos anos de 1811-1812 influindo na configuração territorial do atual Estado do Rio Grande do Sul, incorporando no final da campanha a região de Entre-Rios, formada pelo território delimitado pelos rios Uruguai, Quaraí, Ibicuí e Santa Maria.
Em 1816 A Legião participa da campanha contra Artigas na Banda Oriental onde o Uruguai acabou sendo incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves com o nome de Província Cisplatina.
Proclamada a Independência do Brasil em 1822, o Exército de Ocupação se divide entre o apoio ao Imperador D. Pedro I e a fidelidade ao Rei português iniciando as primeiras manifestações de revolta na Província da Cisplatina.
A 1º de maio de 1823 ocorre a incorporação do jovem Manoel Luis Osorio, futuro Patrono da Arma de Cavalaria às fileiras da Legião, participando ativamente do Sítio a Montevidéu.
Com a independência, em 1824 o Exército Colonial luso-brasileiro passou a ser apenas o Exército Brasileiro, com essa reformulação os Esquadrões da Legião uniram-se ao de Cavalaria Auxiliar da cidade de São Paulo, formando a 3º Regimento de Cavalaria Ligeira de 1ª Linha do Exército.
Em 1825 tem início a Cruzada Libertadora lideradas por Lavajella e Rivera onde novamente a Legião é empregada para conter esse levante na Província da Cisplatina e na região dos pampas, as tropas brasileiras enfrentam as forças orientais, quando são travados os combates de Mercedes, Áquila, Sacramento, Rincão das Galinhas e Sarandi, em agosto de 1828 é assinado o tratado de paz dando origem à atual República Oriental do Uruguai.
Em abril de 1831, após a abdicação de D. Pedro I foi reorganizado o Exército sendo reduzidos a quatro Corpos de Cavalaria, onde o 3º Regimento de Cavalaria de 1ª Linha é transformado em 3º Corpo de Cavalaria permanecendo no Rio grande do Sul.
O 3º Corpo de Cavalaria em setembro de 1835, quando da eclosão da Revolução Farroupilha, encontrando-se em São Gabriel, aderiu em sua maioria, à causa dos farrapos. Posteriormente, em fevereiro de 1839, o 3º Corpo é reorganizado recebendo a nova denominação de 3º Regimento de Cavalaria Ligeira.
Em julho de 1853 explode na Banda Oriental um novo levante colorado levando mais uma vez preocupação ao Governo Imperial brasileiro. O 3º RCL participa das campanhas contra Oribe e Rosas em 1851-1852 e da Divisão Imperial Auxiliadora em 1854-1855.
Em novembro de 1863, o 3º RCL acompanha a marcha do Exército Brasileiro, o qual atravessa a fronteira da Campanha Oriental participando do sitio a Paissandu.
O 3º RCL permanece no território uruguaio quando em março de 1865 inicia a marcha para o território argentino e em seguida para o Paraguai, onde vai enfrentar as tropas de Solano Lopes fazendo parte do 1º Corpo do Exército Brasileiro.
A 25 de abril de 1866 o 3º RCL transpõe o rio Paraguai entrando em território paraguaio, participando dos seguintes combates: Estero Belaco, Tuiuty, Passo Cordilheiras, Passo Sapucaihy, Humaitá, Potrero Pires, Potrero Sauce, Curupaiti, Acosta-Nhu, Tatijibá , Potrero Ovelha, Tayi, Avai, Pequisiry, Lomas Valentinas, Angustura e Dezembrada.
A 1º de agosto de 1870, após 5 anos e 8 meses em operações ininterruptas em territórios estrangeiros (Uruguai, Argentina e Paraguai), o regimento entra no Rio Grande do Sul pelo Passo de São Borja.
Após a Guerra do Paraguai o 3º RCL em esteve em Santana do Livramento, na margem direita do rio Caverá, Bagé, novamente em Livramento e sede em São Borja.
Em 1889 o 3º RCL é transformado em 3º Regimento de Cavalaria estando acontonado em São Borja desde 1878, ficou nesta mesma sede até o início da Revolução Federalista em 1892.
Em março de 1893 o regimento marchou, ficando enquadrado na 4ª Brigada, estando incorporado nos combates da Revolução Federalista a favor da legalidade, o regimento recebeu ordem de vigilância e guarda da estrada de ferro de Porto Alegre a Cacequi, trecho entre este ponto e Santa Maria, operando até a conclusão da revolução em 25 de agosto de 1895, estacionando na cidade de Alegrete. Em outubro de 1896 a unidade deslocou-se para Uruguaiana onde permaneceu até o ano de 1932.
Pelo Decreto de 5 de junho de 1908, o 3º RC foi transformado no 8º Regimento de Cavalaria, subordinado à 2ª Brigada e a partir de 1º de janeiro de 1920, o 8º R C passou a ser o 5º Regimento de Cavalaria Independente, conforme o Decreto de 11 de dezembro de 1919.
A revolta de 1922 não teve grandes consequências ao 5º RCI, até mesmo pela distância da guarnição de Uruguaiana ao Rio de Janeiro.
A partir de 1923, o 5º RCI começou a receber as suas primeiras viaturas, marca L. Cauehy & H. Lefebvre, o que foi uma grande novidade e avanço tecnológico para os regimentos de cavalaria.
Quando da Revolta de 1923, o 5º RCI, recebe determinação para defender agências bancárias, estações de trem, linhas ferroviárias, dar asilo e limitar zonas neutras.
Na Revolução de 1924 o regimento teve participação com parte da tropa sublevadas sendo reagrupado em fevereiro de 1925, agora no “quartel novo” ainda em Uruguaiana.
Em 3 de outubro de 1930, eclode a Revolução no Rio Grande do Sul, quando várias Unidades aderirem ao movimento, inclusive o próprio 5º RCI que então desloca-se para o Rio de Janeiro permanecendo até o dia 14 de novembro quando inicia seu deslocamento de retorno a Uruguaiana.
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 mediante determinação da 2ª Divisão, embarcou para Santa Maria com um pelotão a ser incorporado ao 14º RCI de Dom Pedrito, participando ativamente das operações junto aquele regimento. O regimento incorporado ao Exército Sul chega a cidade até a cidade de Castro no Paraná, retornando após 54 dias em operações a sua sede.
O regimento chega a Uruguaiana após a sua participação na Revolução de 1932 recebe ordem de mudar a sua sede para a Vila de Rosário, atual cidade de Rosário do Sul.
Após permanecer quase dois anos na Vila de Rosário o 5º RCI recebeu ordens para mudar novamente sua sede, desta vez para Quaraí, onde se instala completamente a 31 de dezembro de 1934.
Durante a 2º Guerra Mundial o regimento envia 60 voluntários para a Itália nas unidades da FEB. Em maio de 1945 o Cabo Fredolino Chimango morre em combate atingido por uma granada de artilharia.
A de 15 de maio de 1946 o 5º RCI é transformado em 5º Regimento de Cavalaria, devido as grandes mudanças no Exército após a guerra.
A 27 de agosto de 1961 o 5º RC chega a Porto Alegre, onde ocupa a Base Aérea de Canoas que tinha sua pista de pouso interditada prendendo mais de 200 sargentos amotinados.
Na Revolução de 1964 cumprindo ordem do Comandante da 2ª DC desloca-se para a região de Harmonia ficando em condições de barrar os eixos que emanam de Alegrete e de Uruguaiana.
Em 1978, o 5º RC é transformado em 5º Regimento de Cavalaria Mecanizado.
No ano de 1987, o Ministro do Exército aprovou a Denominação Histórica “Cavalaria da Legião de Tropas Ligeiras”, por ser esta tropa, criada no ano de 1775 em São Paulo, como a origem do 5º R C Mec, bem como autorizou o uso de seu Distintivo Histórico.
Em 2007 participou da BraBat 7, em 2010 BraBat 12 Bravo, em 2014 BraBat 21. Esteve presente na Operação da São Francisco II em 2014 e São Francisco V em 2015 e na Segurança dos Jogos Olímpicos 2016.
Em conjunto com outras unidades do Exército participa das Operações Hermandad e Ágata, com a 3ª Região Militar faz parte da Fronteira Sul e junto a 2ª Brigada das Operações Imembuí, Cargueiro, Osorio, Ibicuí, Coxilha e Laçador.
O 5º R C Mec possui diversas condecorações como a Medalha do Mérito Militar, Medalha Sangue de Heróis, Medalha Garra a Coragem, Medalha Jubileu de Ouro da Vitória na 2ª Guerra Mundial, Medalha Marechal Zenóbio da Costa e Medalha Mérito do Ex-Combatente.